Um Passeio ao Histórico da EJA

            Para que se compreendam melhor os rumos da EJA, faz-se necessário uma viagem ao passado, onde veremos seus primeiros passos até os dias atuais…

Têm-se registros da educação de adultos datados a partir da colonização. Os jesuítas eram encarregados de tal missão, instruir e catequizar adultos, contudo, houve a expulsão dos mesmos pelo Marquês de Pombal, desordenado assim o ensino e somente no Império o ensino volta novamente a ser ordenado.

Longos anos depois, em 1910, registros do IBGE, apontavam que quase 11 milhões e meio de pessoas, com mais de quinze anos, não tinham o direito ao conhecimento, ou seja, a alfabetização. Logo alguns grupos se organizam e criam as chamadas “Ligas” (Campanhas de Alfabetização). No entanto a educação adulta tomou corpo, a partir do debate que se fazia em torno da educação popular, uma vez que o analfabetismo já havia se tornado uma vergonha nacional.

Com isso pode-se dizer então que as primeiras iniciativas oficiais relacionadas à educação de adultos surgiram a partir da década de 40, com a criação do FNEP – Fundo Nacional do Ensino Primário – e os ideais da época giravam em torno da educação de massas.

Em 1947, fora criada a primeira Campanha de Educação de Adultos (CEA) e extinta em 1963, o intuito desta campanha era a democratização liberal, a diminuição do analfabetismo, o combate ao marginalismo, além, é claro, do preparo de mão de obra alfabetizada para as cidades.

No final dos anos 50 fora lançada a Campanha Nacional do Analfabetismo, entretanto, tal experiência também fora extinta (1961). Neste mesmo ano fora implantado o Movimento de Educação de Bases (MEB), um tratado entre Governo Federal e o Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), era realizado através de um sistema rádio educativo, além deste movimento foram criados outros, tais como: Centros Populares de Cultura (CPC – 1963); Movimentos de Cultura Popular (MCP) e a Campanha Pé no Chão Também se Aprende Ler, sendo que o primeiro atendia as necessidades do setor industrial e os demais atendiam as populações das regiões menos desenvolvidas.

 Contudo, durante o regime militar (1964-1985) esses movimentos e seus idealizadores foram perseguidos e reprimidos pelo Governo Federal que, em 1967, autorizou a criação do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização – e em 1985 passou a se chamar Fundação Educar, teve como principal objetivo erradicar totalmente a analfabetismo e preparar mão de obra para os fins capitalistas do Estado.

A LDB 5692/71 que contemplava o caráter supletivo da EJA, excluindo as demais modalidades, não diferia dos objetivos do MOBRAL – profissionalização e visão de leitura e escrita apenas como decodificação de signos.

Somente a partir da nova LDB 9394/96, artº37 e artº38 é que se passou a contemplar as várias modalidades da educação de jovens e adultos, havendo também uma melhor adequação as novas exigências sociais. 

 

A EJA foi uma Conquista…

 

Percebe-se que ao longo dos anos a EJA passou por muitas transformações e fora criada para resolver os problemas da desigualdade social de outrora, ou seja, a maioria dos cidadãos vivia no campo, sem qualquer acesso as informações ou a formação escolar.

Podemos concluir que a EJA foi uma conquista… Ledo engano! A criação da EJA foi uma consequência, sim, pois há alguns anos atrás só se tinha direito ao voto quem fosse alfabetizado (elite), além de ser uma vergonha Nacional um índice tão elevado de analfabetismo, uma vez que um país analfabeto é um país “atrasado”. Pensando nisso, os governantes passaram a olhar para os analfabetos com “outros olhos”, entretanto, só em 1932, homens e mulheres, maiores de dezoito anos, alfabetizados, conquistariam o direito ao voto.

Tais fatos induziram os governantes da época a “pensar na questão do analfabetismo”, porém, bastava que o cidadão soubesse assinar seu nome e decodificar para que fosse considerado alfabetizado e pudesse votar.

Gradativamente tal visão foi sendo modificada e hoje já se tem um novo conceito sobre a educação de jovens e adultos, apesar de termos ainda um índice de analfabetismo muito elevado, cerca de 15 milhões de pessoas (idade escolar e adulta) novos rumos começam a ser traçados no quesito educação adulta.

 

 

O professor da Modalidade EJA na atualidade e as Novas Tecnologias

 

A EJA é uma modalidade de ensino que foi reconhecida pela LDB – 9394/96 que destaca no seu artigo nº37 que: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiverem acesso ou continuidade aos estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” (PLT – p. 18).

O sucesso do ensino, em qualquer modalidade, seja educação infantil, jovem ou adulta, depende não só do material didático ou tecnologias, primordialmente depende do educador, considerando o ensino como uma prática dialética, onde professor e alunos são sujeitos ativos, que trocam conhecimentos, entretanto, para a modalidade EJA, faz-se necessário que o professor possua um nível de conhecimentos maior que seu aluno, uma vez que sua contribuição para a evolução do educando seja essencial.

Quanto ao uso das tecnologias muitos educadores têm certo receio, medo e incertezas sobre como utilizá-las para o desenvolvimento de capacitação dos educandos. Especialistas acreditam que o uso das tecnologias garante educação de qualidade, pois de fato, é um excelente recurso para a aprendizagem e assimilação do conteúdo estudado, mas que sozinhos não garantem o ensino.

Entretanto, tal realidade, exige a produção de conhecimentos e profissionais competentes, que na grande maioria, professores ainda se encontram numa via exclusão digital e decorrente disto, seus alunos não usufruem na escola desses benefícios.

Tratando-se de educação de jovens e adultos (EJA), os professores usam apenas instrumentos de auxílio como os livros, o quadro e o giz para desenvolverem as aulas, que em sua maioria, afirma que os alunos da EJA não gostam de utilizar as ferramentas de multimídia. Acredita-se “perder tempo” e que tudo o que querem é conteúdo.

O papel da escola objetiva elevar e desenvolver o cognitivo do educando para que sua função diante da sociedade, não seja apenas de direitos e deveres, pois tal ação reduziria o significado de cidadania. Não basta apenas entender, deve haver uma busca de interesses e práticas.

A falta de uma política de inclusão nas práticas de ensino da EJA faz com que haja uma divisão social em decorrência aos novos meios de ação e participação cultural entre os inclusos e os não – inclusos.

Vivemos em um mundo globalizado, por isso precisamos interagir e introduzir os conhecimentos tecnológicos em nossos meios de estudo. O profissional da área da educação precisa encontrar novas formas de educar e desenvolver, uma nova pedagogia que faça uso das tecnologias, tratando de construir novos projetos atrelados à educação e tornando os alunos futuros profissionais qualificados e comprometidos com a educação de um país mais igualitário.

Pensei já ter ouvido de tudo…

Quando se pensa ter ouvido tudo, sempre aparece um fato novo que provoca choque e indignação geral, ao assistir um telejornal matutino, ouvi um fato que me chamou muito a atenção, uma menina de onze anos “matou aula”, termo usado na gíria popular, para praticar sexo com oito garotos, com idades que variam entre dez a dezenove anos, pois é, pasmem!, Uma orgia entre crianças de dez, onze anos e adultos de dezessete, dezenove anos, em uma cidade do Estado de São Paulo (não me recordo agora).

Tal fato foi relatado, pelos envolvidos, no caso a garota, como uma curiosidade, uma vontade de “experimentar”, ou seja, depois de assistir a um filme pornô e folhear uma revista, também deste seguimento, onde havia uma matéria sobre sexo grupal, a garota teve curiosidade de praticá-lo, partindo desse princípio fez o convite aos garotos que estudam (quase todos) na instituição que a mesma frequenta.

Relatos feitos por psicólogos, registram que o fato “deve” ser resultado de um trauma, decorrente do seu precoce desenvolvimento, ou seja, é como se o corpo da garota tivesse roubado sua infância, a menina não se sente criança, envergonha-se de brincar e ter atitudes infantis.

Tudo bem,não podemos negar que existem inúmeros traumas que levam pessoas a cometerem atos dos mais absurdos, contudo, pergunto eu. Que material é este para estar nas mãos de uma criança? Que curiosidade é esta que brota em tão tenra idade? Que orientações estão recebendo os nossos pequenos? Cadê os pais que não notaram um comportamento “diferente” em sua filha?.

Este é o questionamento de muitos quando se deparam com fatos tão chocantes como o relatado acima, apesar de possuir pouca vivência e experiência como profissional e também como mãe, ainda acredito na falta de limite, do autoconhecimento (dos pais) e do conhecimento do próprio filho, além da inversão de papéis.

O que se vê são “reis e rainhas” (filhos) que comandam os lares da sociedade atual, é só frequentar uma sala de aula para que se possa constatar tal afirmação, o desrespeito com que o professor é tratado hoje é indescritível, e pior, além de serem ultrajados pelas crianças e adolescentes, também tornam-se vítimas dos pais, quando deveria ocorrer o contrário, o profissional docente, hoje, está a mercê da tirania de crianças e jovens.

O docente perdeu o status e está totalmente desvalorizado, ninguém mais se lembra que o professor é o alicerce de qualquer profissão e de qualquer cidadão. Sem ele, caminhando conosco, não seremos médicos, policiais, políticos, engenheiros, enfim, são os educadores que nos incluem no mundo maravilhoso do saber, no mundo conhecimento.

Quanto à questão dos filhos, é necessário que haja uma mudança de conceitos, eles devem ser “reis”, entretanto, devem ser reis no quesito do carinho, do amor, atenção e principalmente do diálogo. E não meros “bibelôs” que fazem o que querem.

Hoje é deprimente você andar pelas ruas e se deparar com tão pequeninas moças, sim, pequenas moças, meninas de quatro ou cinco anos todas maquiadas, esmaltadas, com trajes curtos, com saltos e por ai vai.

Pesquisas comportamentais realizadas por estudiosos comprovaram que quanto mais se instiga a vaidade, mais cedo essa criança se desenvolverá para o mundo adulto, ou seja, no caso de uma menina (por exemplo) pode ocorrer à menarca ainda na infância, levando a mesma ao inicio do interesse por sexo, claro que não se pode generalizar, pois sabe-se que existem outros fatores que desencadeiam o desenvolvimento precoce.

 Quero com este texto apenas alertar os pais para que olhem para seus filhos com outros olhos, tenham com seus filhos outras atitudes, ninguém está falando para que se viva numa “nova ditadura” ou em um quartel general, apenas fica o apelo, para que se olhe para a criança e compreenda que ela é um ser único, dependente e que necessita de instruções, de orientações, sem esquecer, é claro, do limite, ele é essencial para a boa convivência, tanto em casa, como no ambiente escolar ou social, além de ser primordial para o desenvolvimento do caráter de um cidadão que futuramente será inserido no mundo dos direitos e deveres.

Pai já conversou com seu filho hoje? Perguntou-lhe como foi seu dia… Ou quem sabe “bateu uma bolinha no quintal com o pimpolho”, já imaginou os olhinhos brilhando de felicidade ou o sorriso que se abriria.

Mãe já conversou com sua filha? Já disse a ela que ela é linda? Que não precisa de maquiagem, isto é coisa de adulto…

Pais (pai e mãe) já disseram aos seus filhos o quanto os amam e o quanto eles são importantes em suas vidas, o quanto são inteligentes e espertos, já lhes contaram com foi o seu nascimento ou até mesmo sobre suas próprias vidas (dos pais), das dificuldades que enfrentaram, dos obstáculos que ultrapassaram? Ou que ainda enfrentam? Qualquer criança vai adorar esse contato…

Já explicou para seu filho o porquê ele não pode ter ou fazer tudo o que lhe vem à mente?

Já parou, pelo menos, meia hora do seu dia para tentar compreender o porque da rebeldia ou do silêncio.

Pensem nisso e até a próxima.

História Social da Infância e Origem da Educação Infantil Brasileira

         Ao contrário do que se imagina a ideia de infância, nas sociedades antigas, não era tida como um período peculiar, mas sim a criança era vista como um “adulto em miniatura”.

            O papel da criança era definido pelo pai, incluindo tirar-lhe a vida se necessário. Nesta época, a criança tinha um status nulo, podendo ser mandada para prostíbulos (no caso de deficientes ou meninas) ao invés de serem mortas, vendidas no caso de crianças pobres ou abandonadas à própria sorte.

Tal concepção passou por um processo, lento, de mudanças, a criança passou a ser vista como um ser inocente e divertido; servindo para entreter os adultos, atitude bastante criticada por Montaigne (1533–1592, educador e escritor). Somente a partir do século XVII, com a intensificação das críticas, as perspectivas e ações sobre a criança deslocaram-se para o campo moral e psicológico: “É preciso conhecê-la e não paparicá-la, para compreendê-la e corrigir suas imperfeições”, nascendo assim outra visão sobre a infância, a criança agora perde definitivamente seu anonimato e assume papel central no meio familiar.

Contudo, a educação era elitista, aos onze anos os meninos iam para o exército e após alguma instrução eram admitidos como oficiais, já as meninas, desde o início, eram excluídas do convívio escolar, até o século XVII, eram tratadas como adultas (a partir dos doze anos) e sua formação era exclusivamente familiar.

 

Um Breve Histórico sobre a Origem da Educação Infantil no Brasil e no Mundo

 

Falando a nível mundial, registros indicam que a Educação Infantil teve início na Idade Média com os Monacatos (monges)– eram os monges que se incumbiam da Educação Infantil e as preocupações eram voltadas as crianças pobres, para os moldes da época a educação destes monges, que para nós seria um absurdo atualmente, era uma ótima educação, pois naquele período a violência era extrema.

Contudo, os atendimentos as crianças de 0 a 6 anos, em instituições especializadas, se consolidaram a partir das grandes mudanças sociais e econômicas, causadas pelas Revoluções Industriais em todo o mundo.

Agora, as mulheres se viam obrigadas a deixarem seus lares para ingressarem no mercado de trabalho, deixando assim, os afazeres domésticos para um segundo plano.

Na década de 40, surgiu o Departamento Nacional da Criança, com o intuito de ordenar atividades dirigidas à infância, maternidade e adolescência, devido, todas essas mudanças deu-se início ao atendimento da educação infantil no Brasil.

Até 1920, as instituições tinham um caráter filantrópico, na década de 30, a educação passou a significar ascensão social e era defendida como direito de todas as crianças, passou-se a preocupar-se com a educação física e a higiene, objetivando a diminuição da mortalidade infantil; O Estado criou, com o intuito de proteção infantil, órgãos como: O Ministério da Saúde; da Justiça; da Educação, entre outros.

Inicia-se a organização de Creches, Jardins da Infância e Pré- Escolas, tudo criado de maneira desordenada, sem planejamentos ou organização, era como se tais instituições fossem resolver todos os problemas criados pela sociedade da época.

   Na década de 50, foram criados programas e campanhas visando o combate a desnutrição, a vacinação periódica, entre outros.

As Creches eram de responsabilidade das entidades filantrópicas e religiosas e sobreviviam de “ajuda” do governo e donativos de pessoas com maior poder aquisitivo.

Em meados de 1960, o Departamento Nacional da Criança enfraqueceu-se e acabou, por este motivo,  transferindo algumas de suas responsabilidades para outros setores, prevalecendo o caráter assistencialista.

Neste período a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) incluiu os Jardins da infância no sistema de ensino.

Art. 23 – “A educação pré primária destinar-se-á aos menores de 7 anos e será ministrada em escolas maternais ou jardins de infância.”

Art. 24 – “Empresas que tenham a seu serviço mães, de crianças menores de 7 anos, serão estimuladas a organizar e manter instituições de educação pré primária.”

Na década de 70 houve o processo de municipalização da educação e teorias americanas e européias sustentavam que as crianças brasileiras menos favorecidas sofriam com a “privação cultural”.

Só em 1988, através de muita luta, deu-se a conquista, na Constituição, do reconhecimento da educação infantil como um direito da criança e um dever do Estado.

Com este breve “túnel do tempo” constata-se que a Educação Infantil era assistencialista, ou seja, as crianças eram “cuidadas” (higiene, alimentação…) e o desenvolvimento psicológico, social e cognitivo não estavam inclusos nos parâmetros educacionais da época.

“As instituições eram ‘meros’ depósitos de crianças”, onde as mães, sem ter opção, deixavam seus filhos para irem trabalhar.

Atualmente, passadas grandes transformações no âmbito educacional – tais como: movimentos feministas, movimentos sociais e teorias de estudiosos – as crianças da tenra idade são estimuladas, através de atividades lúdicas e jogos, a exercitar suas capacidades e habilidades, além de ocorrer uma iniciação ao processo de letramento.

Sarau Literário realizado no Teatro Municipal de Piracicaba

Sarau Literário realizado no Teatro Municipal de Piracicaba

 

Olhaaaa a responsa !!!! O Sarau foi @#&**@@@, ou seja, ótimo, quem não viu perdeu…

Obrigada Tia Bêne, por tudo… Obrigada mesmo !!!